Campos como ela é

domingo, 15 de agosto de 2010

O hábito, o vício e o círculo.

Excelente postagem reproduzida do Planície Lamacenta, com a exatidão do Douglas da Mata.



Eu já utilizei esse título em outras postagens. Ela se refere a situações, em regra, que são determinadas pela reiteração de comportamentos, que por sua vez, geram efeitos parecidos, e configuram uma "rotina" quase inevitável, parecida com os ciclos de adicção: o vício, uma vontade irremediável de praticar atos, que domina a própria vontade.

Os "vícios" são comportamentos desastrosos, pois na dependência química, como o próprio termo já diz, há uma descompensação fisiológica(química)que transtorna a escolha, e faz o adicto procurar a compensação no uso de determinada substância, independente da consciência, que geralmente tem, de que tal substância lhe fará mal, e trará graves conseqüências.

Na política, por sua vez, não há uma causa "química" que determine um comportamento recorrente.

Na política, o "vício" é SEMPRE uma escolha! Na política, o "vício" é sempre fazer escolhas ruins!

O PT de Campos dos Goytacazes parece contaminado pelo vício do "rabo de elefante".
Já explico:
Há um velho ditado, que corre à boca das raposas políticas, que mais vale ser cabeça de mosquito a ser rabo de elefante.
Isso se refere a "capacidade" de estabelecer projetos políticos autônomos, ainda que à primeira vista, sejam "pequenos", ou de pouca densidade eleitoral.

É o maldito "vício" do atalho! Uma tendência irreversível de quem sempre escolhe o caminho mais curto, simplesmente porque não tem a menor noção de onde quer chegar. E por isso, SEMPRE se perde!

Um dos sintomas desse "vício" é sempre valorizar o aspecto quantitativo, ou seja, a desculpa para ceder a cooptação de outros grupos exógenos e exóticos à sua identidade, é dizer que não há "viabilidade" eleitoral, ou capital político suficiente, ainda que tal conduta leve sempre a uma condição de diminuição gradual desse capital, ao cabo de cada associação desastrosa. Temos aqui o círculo: Quanto mais adere, menor fica, e mais adesão é necessária, e menor fica...
Não confundir com a tática eleitoral e estratégia de alianças. Quem sabe o projeto que tem, e definiu um programara para efetivá-lo, pode e DEVE fazer alianças. Quem não sabe o que é, por outro lado, apenas adere, como parasita!

Só isso explica a tendência suicida da atual direção petista em dar visibilidade e legitimidade a facção garotista arnaldista.

As críticas dos internautas e de outros setores ao vexaminoso destaque do deputado com registro cassado na agenda do candidato ao Senado, Lindberg Farias é só uma das expressões da doença.

Nessa semana, ficou à cargo da direção do PT, que participa das conversas interpartidárias para a formação de uma agenda única para a cidade, o contato com sindicatos e a confirmação do espaço dos sindicatos dos Bancários para uma reunião que se daria ontem, sábado, dia 14/08, às 14 horas.
O desastre se repetiu, pois não só deixaram para "agendar" o local na véspera, como não confirmaram com os representantes de outros partidos a data, conforme combinado no último encontro. Resultado: Pela primeira vez, desde que teve início, não houve reunião!!!

Quem conhece o presidente do PT há mais de vinte anos como eu, poderia relevar, e considerar o episódio como mais uma de suas históricas incapacidades de atravessar a rua, sem que alguém lhe dê a mão.

Mas, infelizmente, não se trata apenas disso.
É, antes de tudo, se considerarmos os últimos eventos com arnaldo, e a postura vacilante do mandato ocupado por sua esposa, a vereadora Odisseía Pinto de Carvalho, uma escolha em "sabotar" qualquer possibilidade de um projeto autônomo para essa cidade.

Parabéns ao nosso PT pela sabotagem!!!

Essa (im)impostura se revela em todos os atos, estabelecendo o perímetro do círculo:

1-postura subserviente frente a grupos de mídia local, um mandato "emprenhado" com a herança do parlamentar antecessor, embora isso não traga nenhum benefício ao mandato, ao contrário;
2- incapacidade de mostrar um postura firme enquanto opositora ao garotismo e ao atual prefeito-interino-clone, falta de legitimidade frente aos movimentos sociais;
3-inoperância parlamentar nas questões como Orçamento e proposições legislativas;
4-alinhamento ao entulho garotista representado pelo grupo do deputado federal arnaldo vianna;
5-morte da vida orgânica partidária, com inexistância de um debate político e agregação de forças contrárias;
6-nenhuma credibilidade.

Esses aspectos aí em cima relacionados são a essência de uma escolha:

Fazer papel coadjuvante na História da cidade, ainda que isso signifique carregar a pecha de eternos quintas-coluna.

Uma vergonha. Uma "doença" aparentemente fatal, gradual, incurável, e muito pior: sem qualquer controle!

O hábito, o vício e o círculo!

Um comentário:

  1. Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988) - José Serra votou contra os trabalhadores:


    a) Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas;
    b) não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo;
    c) não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário;
    d) não votou para garantir 30 dias de aviso prévio;
    e) não votou pelo aviso prévio proporcional;
    f) não votou pela estabilidade do dirigente sindical;
    g) não votou pelo direito de greve;
    h) não votou pela licença paternidade;
    i) não votou pela nacionalização das reservas minerais.


    Por isso, o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), órgão de assessoria dos trabalhadores, deu nota 3,75 para o desempenho de Serra na Constituinte.


    Revisão Constitucional (1994) - Serra apresentou a proposta nº 16.643, para permitir a proliferação de vários sindicatos por empresa, cabendo ao patrão decidir com qual sindicato pretendia negociar. Ainda por essa proposta, os sindicatos deixariam de ser das categorias, mas apenas dos seus representados. O objetivo era óbvio: dividir e enfraquecer os trabalhadores e propiciar o lucro fácil das empresas. Os trabalhadores enfrentaram e derrotaram os ataques de Serra contra a sua organização, garantindo a manutenção de seus direitos previstos no artigo 8º da Constituição.


    É por essas e outras que Serra, enquanto governador de São Paulo, reprimiu a borrachadas e gás lacrimogênio os professores que estavam reivindicando melhores salários; jogou a tropa de choque contra a manifestação de policiais civis que reivindicavam aumento de salário, o menor salário do Brasil na categoria; arrochou o salário de todos os servidores públicos do Estado de São Paulo.

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